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Estações meteorológicas do Piauí estão "œinoperantes", denuncia climatologista

Werton Costa afirma que há uma perda de quase 50% dos dados climáticos do estado

27/10/2020 12:55

Apesar da previsão de novas chuvas no Piauí no decorrer deste final de B-R-O BRÓ, a coleta de informações climáticas locais mais precisas estão comprometidas por conta da “inoperância” da maioria das estações meteorológicas instaladas no estado, é o que denuncia Weron Costa, pesquisador e professor da Universidade Estadual do Piauí (Uespi).

Werton Costa denuncia situação das estações meteorológicas no Piauí (Foto: Poliana Oliveira/ODIA)

O climatologista explica que além das unidades convencionais, operadas presencialmente mas impactada pelas medidas de restrição ao novo coronavírus (Covid-19), as estações automáticas, que possuem um sistema eletrônico para a transmissão de dados ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), não estão funcionando da maneira devida.

“Temos hoje um quadro para monitoramento que pode ser considerado dramático. Precisamos de dados que são colhidos por essas estações, sejam elas automáticas, que funcionam sem a ação humana, ou sejam elas analógicas e convencionais que, por força da pandemia, tiveram suas mensurações diminuídas”, pontua Werton Costa ao DIA.

O docente explica que é possível constatar essa situação em Oeiras, por exemplo. A cidade, equipada com uma moderna estação que, no entanto, não está transmitindo dados desde o final do período chuvoso deste ano e não captou informações precisa sobre a forte chuva registrada na noite de ontem (26). “infelizmente não temos as medidas oficiais (...) isso inviabiliza que tenhamos acesso a dados concreto”, ressalta.

Climatologista alerta que a situação dificulta a geração de dados mais precisos, que beneficiam a produção agrícola e previnem desastres (Foto: Poliana Oliveira/ODIA)

Por conta dessa situação, também presenciada em outros municípios piauienses, o núcleo de pesquisas climáticas da Uspi e de desastres, do Instituto Federal do Piauí (IFPI) devem assinar, ainda nesta semana, uma nota técnica solicitando ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) uma explicação sobre a real condição de monitoramento climático e atmosférico do estado.

“Atuamos administrativamente solicitando informação do INMET e estamos com uma perda de quase 50% na geração de dados. Considerando que as informações de chuva, umidade, temperatura e pressão são essenciais para agricultura e também para assessorar as defesas civis, estamos com essa geração de dados comprometidas para 2021 se nada for feito”, alerta o climatologista.

Por: Breno Cavalcante
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